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02/11/2011

Potências nucleares planejam renovar arsenais. Guerra a vista?



As potências nucleares do planeta estão planejando gastar centenas de bilhões de libras na modernização e reforço de seus arsenais nucleares ao longo dos 10 próximos anos, de acordo com um relatório abrangente publicado na segunda-feira.
A despeito das pressões sobre os orçamentos governamentais e da retórica internacional quanto ao desarmamento, os indícios apontam para uma nova e perigosa "era de armas nucleares", de acordo com o relatório British American Security Information Council (Basic). O estudo estima que os Estados Unidos gastarão US$ 700 bilhões em despesas de armamento nuclear ao longo da próxima década, enquanto a Rússia gastará pelo menos US$ 70 bilhões em veículos de disparo Outros países, entre os quais Índia, China, Israel, França e Paquistão, devem dedicar montantes formidáveis a sistemas de mísseis táticos e estratégicos.
Em diversos países, entre os quais Rússia, Paquistão, Israel e França, as armas nucleares estão recebendo missões que vão bem além da dissuasão, alerta o estudo, e agora devem "desempenhar papéis bélicos no planejamento militar".
O relatório é o primeiro em uma série de estudos solicitados pela Trident Commission, uma iniciativa independente e pluripartidária criada pela Basic. Os principais integrantes da comissão são Sir Malcolm Rifkind, ex-ministro da Defesa pelo Partido Conservador; Sir Menzies Campbell, antigo porta-voz do Partido Liberal Democrata para questões de defesa; e lorde Browne, antigo secretário da Defesa pelo Partido Trabalhista.
Há fortes argumentos, eles alegam, em favor de uma revisão fundamental da política britânica quanto a armas nucleares. Os conservadores do governo britânico de coalizão afirmam que querem manter um sistema de armas nucleares cuja base são os mísseis Trident. Mas concordaram em que seja realizada uma auditoria sobre o "custo/benefício" de potenciais substitutos para o Trident; a aquisição de quatro novos submarinos nucleares como plataforma de lançamento para os mísseis custaria, só ela, quase 25 bilhões de libras, de acordo com as mais recentes estimativas oficiais. Os liberais democratas querem estudar outras possibilidades. O estudo, comandado pelo analista de segurança Ian Kearne, leva o título "Além do Reino Unido: as tendências dos demais países dotados de armas nucleares".
O estudo alerta que Paquistão e Índia parecem estar desenvolvendo ogivas nucleares menores e mais leves, para que possam atingir maior alcance ou ser empregadas para fins táticos ou "não estratégicos", contra alvos próximos. No caso de Israel, as dimensões de sua frota de submarinos, composta por embarcações capazes de lançar mísseis de cruzeiro, estão sendo ampliadas, e o país parece estar caminhando bem para o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental (ICBM), tomando por base seu programa de lançadores de satélites.
Uma justificativa comum para os novos programas de armas nucleares é a percepção de vulnerabilidade diante do desenvolvimento de forças nucleares e convencionais por outros países. Por exemplo, a Rússia expressou preocupação quanto ao programa de defesa antimísseis e o programa de ataque convencional acelerado dos Estados Unidos. A China expressou preocupações semelhantes quanto aos Estados Unidos e Índia, e os programas indianos são propelidos por medo do Paquistão e da China.
O Paquistão justifica seu programa de armas nucleares mencionando a superioridade indiana em forças militares convencionais.
Em análise país a país, o relatório afirma:
Os Estados Unidos planejam gastar US$ 700 bilhões em armas nucleares nos próximos 10 anos. US$ 92 bilhões adicionais serão gastos em novas ogivas nucleares, e os norte-americanos planejam construir 12 novos submarinos nucleares balísticos, mísseis de cruzeiro nucleares para lançamento por aviões e novas bombas atômicas.
A Rússia planeja investir US$ 70 bilhões para atualizar sua tríade estratégica (sistemas terrestres, aéreos e marítimos de disparo), até 2020. O país vai introduzir mísseis intercontinentais móveis dotados de múltiplas ogivas, e uma nova geração de submarinos nucleares dotados tanto de mísseis balísticos quanto de mísseis de cruzeiro. A Rússia também planeja reforçar 10 brigadas de seu exército com um míssil nuclear de curto alcance, ao longo dos 10 próximos anos.
A China vem reforçando rapidamente seu arsenal de mísseis móveis de médio e longo alcance, equipados com múltiplas ogivas. Há até cinco submarinos em construção com a capacidade de lançar entre 36 e 60 mísseis balísticos, o que poderia permitir que os chineses mantivessem uma dessas embarcações em operação no mar o tempo todo.
A França acaba de colocar em operação quatro novos submarinos equipados com mísseis de alcance mais longo e uma "ogiva mais robusta", e também está modernizando suas unidades de bombardeio nuclear.
O Paquistão está ampliando o alcance de seus mísseis Shaheen II, desenvolvendo mísseis de cruzeiro com ogivas nucleares, melhorando o design de suas bombas atômicas e criando ogivas menores e mais leves. Também está instalando novos reatores para a geração de plutônio.
A Índia está desenvolvendo novas versões dos mísseis terrestres Agni, com alcance suficiente para cobrir todo o território paquistanês e largas porções da China, entre as quais Pequim. Desenvolveu um míssil de cruzeiro nuclear para navios de superfície e planeja construir cinco submarinos equipados com mísseis nucleares.
Israel está ampliando o alcance de seu míssil Jericho III, e desenvolvendo capacidade de disparo submarino, para sua frota expandida de submarinos armados de mísseis de cruzeiro dotados de ogivas nucleares.
A Coreia do Norte revelou um novo míssil Musudan em 2010, com alcance de até quatro mil quilômetros e capaz de atingir alvos no Japão. Testou com sucesso o Taepong-2, com possível alcance de quase 10 mil quilômetros, o que permitiria atingir o território continental dos Estados Unidos. Mas o relatório aduz que "não se sabe ao certo se a Coreia do Norte conseguiu desenvolver a capacidade de produzir ogivas nucleares pequenas o bastante para que sejam disparadas por esses mísseis".
O estudo não trata das aspirações nucleares do Irã.
TRADUÇÃO DE PAULO MIGLIACCI

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