O Diário - Os EUA e os seus aliados europeus sofreram no sábado uma importante derrota no Conselho de Segurança da ONU com o veto da Rússia e da China a um projecto de resolução que condenava o governo sírio. O novo texto apresentado por Marrocos e a Liga Árabe (na realidade redigido em Washington) não exigia como o anterior a renúncia do presidente Bachar Al Asad, mas insistia pela necessidade urgente de «um regime democrático», responsabilizando Damasco pela onda de violência.
O representante da Rússia justificou o veto - acompanhado pela China - por considerar inaceitável qualquer ingerência internacional nos assuntos internos de um Estado soberano. Moscovo, excluindo qualquer tipo de sanções, sugere que a saída para o conflito sírio deve passar por uma transição pacífica através da negociação entre o governo e a oposição.
Numa atitude arrogante e desafiadora, o presidente Obama, minutos antes da votação cujo adiamento fora solicitado pela Rússia – exigiu a demissão imediata de Bachar al Asad e a transferência do poder para «um regime democrático».
Os governos da França, da Grã-bretanha, da Alemanha e de Israel e os grandes media do Ocidente apressaram-se a criticar com dureza o veto russo-chinês, apresentando-o, como derrota da comunidade dita internacional.
Esses protestos escondem a evidencia: o imperialismo, o sionismo e as corruptas monarquias feudais do Golfo sofreram uma derrota que contraria e terá implicações na agressiva estratégia dos EUA para a Região.
A Rússia, cujo único aliado no Médio Oriente é hoje a Síria, soube tirar conclusões da sua cumplicidade passiva na agressão à Líbia. Não podia aceitar a implantação de um governo titere em Damasco. A presença de uma frota russa na base naval de Tartus tem funcionado como elemento de dissuasão, contendo ímpetos intervencionistas norte-americanos e israelenses.
O fornecimento recente de aviões de combate russos à Síria foi aliás uma resposta à entrega de armas e dinheiro por organizações ocidentais aos bandos que combatem o governo sírio, qualificados de democráticos.
Para a credibilidade da campanha anti-síria de Washington foi também um rude golpe a publicação, nas vésperas do debate no Conselho de Segurança, do relatório de observadores internacionais que desmentia a versão dos EUA e da União Europeia sobre a repressão das manifestações e que apresentava provas da infiltração de marginais e provocadores nos motins de Damasco, Homs e Alepo.
Na semana passada, Leo Panetta, secretário da Defesa dos EUA e ex director da CIA, tinha anunciado um iminente ataque de Israel às instalações nucleares iranianas, deixando transparente que os EUA apoiariam o seu grande aliado.
Tudo indica que a principal consequência do veto russo será o forçado adiamento desse plano. Para Washington «o grande inimigo» no Médio Oriente é o Irão e o derrubamento do regime sírio deveria para o Pentágono preceder qualquer acção militar contra Teerão, projecto que continua a ser encarado com apreensão por influentes chefes militares estado-unidenses.
OS EDITORES DE ODIARIO.INFO
Numa atitude arrogante e desafiadora, o presidente Obama, minutos antes da votação cujo adiamento fora solicitado pela Rússia – exigiu a demissão imediata de Bachar al Asad e a transferência do poder para «um regime democrático».
Os governos da França, da Grã-bretanha, da Alemanha e de Israel e os grandes media do Ocidente apressaram-se a criticar com dureza o veto russo-chinês, apresentando-o, como derrota da comunidade dita internacional.
Esses protestos escondem a evidencia: o imperialismo, o sionismo e as corruptas monarquias feudais do Golfo sofreram uma derrota que contraria e terá implicações na agressiva estratégia dos EUA para a Região.
A Rússia, cujo único aliado no Médio Oriente é hoje a Síria, soube tirar conclusões da sua cumplicidade passiva na agressão à Líbia. Não podia aceitar a implantação de um governo titere em Damasco. A presença de uma frota russa na base naval de Tartus tem funcionado como elemento de dissuasão, contendo ímpetos intervencionistas norte-americanos e israelenses.
O fornecimento recente de aviões de combate russos à Síria foi aliás uma resposta à entrega de armas e dinheiro por organizações ocidentais aos bandos que combatem o governo sírio, qualificados de democráticos.
Para a credibilidade da campanha anti-síria de Washington foi também um rude golpe a publicação, nas vésperas do debate no Conselho de Segurança, do relatório de observadores internacionais que desmentia a versão dos EUA e da União Europeia sobre a repressão das manifestações e que apresentava provas da infiltração de marginais e provocadores nos motins de Damasco, Homs e Alepo.
Na semana passada, Leo Panetta, secretário da Defesa dos EUA e ex director da CIA, tinha anunciado um iminente ataque de Israel às instalações nucleares iranianas, deixando transparente que os EUA apoiariam o seu grande aliado.
Tudo indica que a principal consequência do veto russo será o forçado adiamento desse plano. Para Washington «o grande inimigo» no Médio Oriente é o Irão e o derrubamento do regime sírio deveria para o Pentágono preceder qualquer acção militar contra Teerão, projecto que continua a ser encarado com apreensão por influentes chefes militares estado-unidenses.
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